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Olhar o Horizonte...

Olhar o Horizonte...

Desculpa como esta não convence!

Abril 29, 2019

Estou com cancro. As pessoas que me são mais próximas foram as primeiras a saber. A doença fez-me perceber quem de facto é meu/minha amigo/a.

Ontem recebi uma mensagem de uma "amiga" que já não me dizia nada desde o ano passado! Ela justificou a sua ausência com "ando sempre a correr"! É a pior desculpa que se pode dar! 

Na mensagem que me foi enviada questionava como estava, e eu respondi: "Olá :) estou bem , obrigada. Beijinhos". Não lhe disse mais nada, e ela não fez mais questões. Não me apeteceu dizer-lhe mais porque fiquei magoada. Não existe sequer um minuto para enviar uma mensagem? Não precisa de ser todos os dias, todas as semanas, mas pelo menos uma vez por mês!

Quando ela passou por uma situação idêntica, se bem que o meu caso é bem mais grave, eu todas as semanas perguntava como ela estava; cheguei a ir visitá-la em casa. Aceitei ser a sua testemunha em tribunal (não lhe queriam dar indemnização e por isso ela recorreu ao tribunal, e como é óbvio venceu) quando a despediram do emprego por estar 6 meses de baixa doente, e por causa disso, a partir daí, na rádio fazem-me a vida negra!

Não me arrependo do bem que fiz por ela, mas acho que neste momento eu merecia um pouco mais de apoio da sua parte.

Os Amigos são como família; não os menospreze porque se o fizer, quando precisar não terá ninguém!

 

E no momento tudo se "apaga" na mente

Abril 24, 2019

Esta minha luta contra o cancro está a entrar numa fase importante, pois aproxima-se a cirurgia. Já tive a dita consulta acerca da cirurgia, na qual a minha irmã também entrou e fez imensas questões à médica sobre o meu cancro, e eu como que apaguei e não fiz nenhuma das questões que tinha em mente. Já não é a primeira vez que me acontece; apago por completo, entro num momento "vazio", que nem sei bem explicar. É como que parar no tempo, desligar o botão e apenas olhar para as pessoas. Depois volto a ligar o botão e ouço a médica a falar no "sentinela" da axila esquerda (o cancro está na mama direita, e o gânglios malignos na axila direita), que se não estiver afetado fica, e caso esteja afetado tem de ser retirado, sendo que quem vai ditar o seu retirar é o exame que tenho de ir fazer a Leiria, nomeadamente um contraste que será feito também na mama esquerda.

Como já o aqui disse, julgo eu, já que de memória, ultimamente, não tenho andado muito bem, vão-me ser retiradas as duas mamas. Solicitei apoio psicológico à médica, pois para mim esta será a pior parte. Por muito que as minhas amigas me digam na brincadeira que depois vou ficar com umas mamas fantásticas, só o facto de me olhar ao espelho assusta. Inicialmente vão-me colocar apenas expansores, pois há a possibilidade de radioterapia, além de que poderei de ter de continuar a quimioterapia, mas em comprimidos.

O retirar das duas mamas é bom para mim, pois não quero que me reapareça na outra mama. Mas nunca mais serei a mesma. Nunca mais vou voltar a ter a força que tinha nos braços, e não sei, enquanto voluntária dos bombeiros, se vou poder desempenhar todas as tarefas. Esta é uma das várias questões que tenho para colocar ao médico. Terei a consulta com o cirurgião plástico na próxima semana, e desta vez vou levar uma folha com as questões, caso me dê outro "apagão".

 

Eu dou por mim, muitas vezes, a abastrair-me, mas sem pensar em nada; algo que nunca na minha vida tinha acontecido.

Estou mais distraída; esqueço-me onde coloquei as coisas, ou simplesmente esqueço-me delas em outro local sem ser em casa!

Há quem diga que a quimioterapia pode atingir a parte cognitiva, e acho que foi o que me aconteceu. Estou mais lenta a entender as coisas; esqueço-me de muitos pormenores com facilidade, em especial quando necessito deles num momento exato, e depois só me lembro quando não é necessário.

 

A cirurgia será de 3 horas; 3 horas que estarei a dormir; 3 horas que me assustam um bocadinho porque nunca passei por esta situação, e o desconhecido dá sempre algum receio. Farto-me de ver séries de emergência médica, mas desta vez não é ficção, é realidade!

Eternamente na casa dos pais!

Abril 22, 2019

Os jovens saem cada vez mais tarde de casa dos pais, em Portugal, e existem várias explicações para tal atitude. Uma delas é  o facto de muitos jovens não quererem qualquer emprego ou simplesmente não gostarem de trabalhar, e se terem acomodado, pois têm tudo o que precisam em casa dos pais. E por isso, ser cada vez mais recorrente encontrarmos jovens com 22 ou 25 anos que já não estudam, e que nunca tenham trabalhado na vida! Os pais continuam a sustentá-los, e estes sentem-se muito bem em casa sem fazer nada! Neste caso, os pais devem insistir para que os filhos, pelo menos, trabalhem, para poder ganhar para as suas próprias despesas, nomeadamente saídas à noite e viagens...

 

Depois há o problema dos muito baixos ordenados. O ordenado mínimo foi banalizado, e muitos licenciados, mesmo exercendo a profissão para a qual estudaram auferem deste vencimento (eu faço parte deste grupo, se bem que agora me encontro de baixa, e pretendo abandonar aquilo que gosto de fazer por outra profissão que também gosto!). Obviamente que auferir deste vencimento e viver em cidades como Lisboa e Porto é impossível ser-se independente já que as rendas são exorbitantes; por exemplo um T0 pode ser arrendado pelo valor do ordenado mínimo!

 

Também há licenciados que não querem outra profissão senão aquela para que estudaram. Assim, a espera pode ser de anos, até conseguir entrar no mercado de trabalho. Na minha opinião há aqui falta de humildade, até porque todas as profissões são importantes!

 

E ainda existem aqueles e aquelas que têm mais de 30 ou 40 anos que continuam na casa dos pais, pois assim não têm de se preocupar com despesas...Imaginem 3 filhos, dois de 34 e outro de 41 anos, que continuam na casa dos pais! O local onde vivem, as rendas não são caras, estes auferem mais do que o ordenado mínimo, mas o viver sozinho implicaria a redução das viagens ao estrangeiro, entre outras mordomias, que não conseguiriam se tivessem a sua própria casa. Espero ao menos que ajudem nas despesas lá de casa; coitados dos pais!

 

O Governo gaba-se do desemprego ter descido; até pode ter descido, mas os vencimentos são muito baixos! Irrita-me profundamente ouvir os políticos dizer que o nosso país está muito melhor, quando se descobrem as trafulhices na banca, e quem vai assumir as responsabilidades são os contribuintes!

E é estranho como num país que se diz estar melhor, e ver-mos os ricos a ficarem cada vez mais ricos, e os pobres cada vez mais pobres! Estranho, não é...

 

E outra coisa que me irrita nos políticos neste país, é que só existe preocupação pelo bem-estar dos funcionários públicos! Nunca os ouvi falar com a mesma preocupação para a maioria da população, que não trabalha no público...

Nem sei em quem hei-de votar nas próximas legislativas, já que não gosto de nenhum partido nem dos políticos que estão à frente de cada partido.

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