Só se lembram que existimos depois de saberem que estamos doentes!
Setembro 18, 2018
Uma prima minha, com a qual não tenho afinidade, a qual não me convidou para o batizado da filha mais nova (apenas convidou da mais velha, algo que me surpreendeu, mas fui), a qual não me deseja feliz aniversário, nem feliz Natal, nem Feliz Ano Novo...soube, não sei como, de que tenho cancro da mama! A semana passada envia-me uma mensagem por Facebook, e quando vejo o nome desta pensei: o que é que esta quer?! Qual o meu espanto, quando abro a mensagem e leio que soube que tenho algo na mama, e que posso contar com o seu apoio! Educadamente, apenas respondi "obrigada".
Posso estar a ser demasiado fria e insensível, mas não é deste apoio que preciso; não é de "pena" que preciso. Preciso sim, do apoio daquelas pessoas que desde sempre me apoiaram, e continuam a apoiar.
Ontem fiz a biopsia, e uma amiga disse que me ia fazer o jantar e o que precisasse, mas eu recusei, e disse-lhe que vou precisar é para quando for operada, pois não quero ir para casa dos meus pais, pois eles não estão em condições psicológicas para me lá ter. A minha mãe está com depressão, e o meu pai também está bem!
Já disse à minha mãe que poderão depois ir lá a casa todos os dias, ir passar os fins de semana a minha casa, dormir lá, assim sempre saem de casa.
Duas amigas minhas disseram-me que me irão ajudar, com as tarefas em casa, e a fazer-me companhia.
Eu não quero perder muita autonomia, e por isso quero ficar em casa, junto dos meus gatos.
Eu mentalizo-me sempre para o pior, para deste modo não ser tão difícil; mas também com uma massa com mais de 3 cm...
No próximo domingo vou com os meus pais a Fátima, para solicitarmos que seja benigno, e o que tenho seja apenas retirado!
Tento focar-me apenas na viagem aos Açores, mas isso é algo impossível! Só me irei esquecer um bocadinho de que estou doente quando tiver aterrado em São Miguel!